Notícias

O índice de qualidade de crédito das empresas, que mede o risco de crédito das companhias, aponta para uma continuidade da trajetória de redução dos níveis de inadimplência das empresas no terceiro trimestre de 2010.

De acordo com o Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito das Empresas, divulgado nesta quarta-feira (27), o risco de crédito registrou 95,64 pontos, um avanço de apenas 0,02% em relação ao segundo trimestre, quando registrou 95,62 pontos.

Segundo os analistas, ainda que pequena, a alta reflete a retomada de crescimento econômico e a normalização gradual da oferta de crédito às empresas. Contudo, os analistas ressaltam que o risco de inadimplência ainda não retornou ao patamar observado antes da crise econômica.

A avaliação é feita em uma escala de zero a 100 pontos: quanto maior a pontuação, melhor a qualidade de crédito e, consequentemente, menor a probabilidade de inadimplência.

Porte: MPEs ainda são destaque
Segundo a avaliação da instituição, as micro e pequenas empresas continuam sendo as principais responsáveis pela elevação gradual do indicador, já que elas ficam, de maneira geral, menos expostas ao mercado internacional. Dessa forma, empresas desse porte sofreram menos o impacto da turbulência no ano passado. Além disso, as MPEs estão mais atreladas ao mercado interno, que está aquecido.

No terceiro trimestre deste ano, essas empresas registraram 95,46 pontos de qualidade de crédito, índice abaixo da média nacional, mas maior que o verificado no segundo trimestre deste ano (95,38 pontos). Na comparação com o terceiro trimestre de 2009, também houve acréscimo, já que naquele período as MPEs registraram 95,02 pontos.

Já com relação às grandes e médias companhias, o índice de qualidade de crédito ficou estável, registrando 98,34 pontos e 98,46 pontos, respectivamente.

Setores: comércio supera indústrias
Na análise entre os setores, o indicador Serasa mostrou que a qualidade de crédito das empresas do setor comercial e se serviços melhorou no terceiro trimestre deste ano. O que não ocorreu com o setor industrial, que manteve-se estável.

Entre junho e setembro deste ano, o setor comercial registrou 94,66 pontos no índice de qualidade de crédito, contra os 96,28 da indústria – aumentos de 0,08% e 0,02%, respectivamente. De acordo com os analistas, o resultado reflete a expansão do consumo doméstico que tem favorecido a melhora de geração de caixa.

Já o segmento industrial ficou abaixo da média nacional e fechou o terceiro trimestre deste ano com 94,50 pontos. Os pesquisadores ressaltam que a indústria ainda enfrenta algumas adversidades , como a taxa de câmbio valorizada e o fraco desempenho da maioria das economistas mundiais.

Sudeste concentra elevação da qualidade de crédito
Na avaliação regional, o Sudeste é o local que concentrou a mais elevada qualidade de crédito das empresas, com 96,04 pontos. Em seguida aparece a região Sul, com 95,72 pontos, ambas acima da média nacional.

Já as empresas do Nordeste, Centro-Oeste e Norte ficaram abaixo da média entre o segundo e o terceiro trimestres de 2010, com 95,26; 94,10; e 92,15 pontos, nesta ordem.

Sobre o estudo
O estudo foi realizado com os CNPJs de 450 mil empresas que constam na base de dados da instituição e foi segmentado por região geográfica, porte e setor de atuação. Vale ressaltar que o início do indicador é o primeiro trimestre de 2007.